A reformulação no Fluminense será vital em 2025; entenda

É justo dizer que o Fluminense vive um dos melhores períodos de sua tão grandiosa história. Para qualquer tricolor um pouco mais jovem, a conquista da Glória Eterna é equivalente ao período entre 2007 e 2012, onde ganhamos 2 Brasileirões, 1 Copa do Brasil e tivemos que lidar com dois vices continentais. Mas o momento atual, que conta com uma Libertadores e um bicampeonato carioca, além de um futebol extremamente bem praticado, já é canônico na história tricolor.

Fluminense
Felipe Melo, Yoni e David Braz comandam a festa no Maraca – momento para a eternidade

O que o torcedor precisa começar a entender, por mais doloroso que seja, é que esse momento, ou ao menos esse elenco, deve estar já em seu canto de cisne. Não é novidade que o pilar de nosso esquadrão é envelhecido e nomes como André e JK devem dar as caras na Europa já já. Mas então estamos em estado de terra arrasada? Nem pensar. Mas agora é um momento crucial de movimentações da diretoria.

Reforços do Fluminense esse ano ainda se enquadram no atual elenco?

Um bom exemplo de como essas movimentações podem ser feitas é o atual mercado do Fluzão. Os nomes até agora anunciados se encaixam bem no elenco que temos, mas estão longe de nos preparar para uma reformulação. Com exceção de Terans, que ainda é jovem e tem enorme potencial, os outros reforços ou já tem idade avançada (Antônio Carlos, Renato Augusto ou Douglas Costa) ou são peças de rotação do elenco, como Gabriel Pires e Felipe Alves.

Óbvio que seria muito ingênuo cobrar de Mário Bittencourt e companhia reforços caros e imediatos. O clube passa por uma saudável fase financeira e não pode ser a conquista da Libertadores que desencadeie uma bola de neve negativa. Mas é importante ter em mente que, em no máximo dois anos, quase todo o time titular do Fluminense estará aposentado ou na Europa. E alguns dos reservas também. Xerém é uma fábrica espetacular de talentos, mas obviamente não dará conta de suprir tamanho “rombo” no elenco.

De maneira nenhuma isso se trata de uma crítica à atual presidência: de maneira economicamente responsável, Bittencourt nos conduziu ao maior título de nossa história, uma Libertadores em cima do Boca Jrs. em pleno Maracanã. E não é surpresa também que não será ele o responsável por reformular esse elenco, já que ele se encontra no final de seu segundo (e excelente) mandato.

Mário Bittencourt e Renato Augusto

Como será essa reformulação?

Que Xerém fará parte desse processo, isso ninguém duvida – a base, afinal, é um pilar histórico do Fluminense. Mas é importante também saber como repor algumas saídas com jogadores já prontos. E para isso é necessário ter dinheiro em caixa.

No ataque, por exemplo, teremos um dilema. Cano já está com 36 anos e JK pode sair a qualquer momento, principalmente em Agosto, na janela europeia. Lelê está longe de passar confiança e Kauã Elias ainda é muito jovem. A venda de JK será fundamental para essa reposição.

O mesmo vale para o meio-campo. André com certeza sairá. Martinelli também pode acabar saindo caso mantenha o bom futebol, assim como Alexsander. Renato Augusto ou Ganso já estão em declínio físico completo, apesar do talento que eles têm. Novamente, serão as vendas que serão determinantes nas reposições.

André, Martinelli e Alexsander: um meio de campo talentoso, dinâmico e jovem – além de muito valorizado no mercado

“Vender” é a palavra-chave

Onde queremos chegar com tudo isso? Simples: mais do que nunca, o Fluminense precisa saber vender bem. O momento é oportuno, o elenco nunca esteve tão valorizado e em voga. A melhora na saúde financeira do clube também permite uma margem maior para as negociações. Vender bem, na hora certo e por um valor alto será mais importante do que nunca.

Infelizmente, o Flu nunca teve em seu histórico o hábito de saber vender as inúmeras jóias que lapida. Dessa vez, a diretoria (atual e próxima) terão que remar contra a maré dessa infeliz tradição. O futuro do Fluminense depende disso.